Se dependesse da CTB, os trabalhadores da Sabesp não avançaria na proposta inicial da empresa. Ontem defenderam a proposta indecente da direção da empresa e disseram que não haveriam mais avanços e que quem defendia a greve estava querendo levar a categoria para o abismo. Nós, juntamente com a categoria, defendemos a greve e vencemos na assembleia, derrubando o comodismo e o medo.
A greve atingiu um alto índice de adesão, os trabalhadores estavam conscientes do que queriam: nenhum direito a menos e avançar nas conquistas. Essa certeza fez a empresa recuar e apresentar nova proposta na manhã, porem ainda insuficiente. À tarde, próximo à assembleia da avaliação estávamos preparados para mais um dia de greve e a direção da empresa sabendo de nossa disposição apresenta nova proposta. Temos a certeza que os trabalhadores merecem muito mais, que estamos vivendo há anos com arrocho salarial, defasagem nos benefícios e o temor das demissões. A proposta não é a ideal, mas foi a possível que conseguimos arrancar da Sabesp. Ao mesmo tempo que tem avanços importantes, há pontos que se não ficarmos atentos e mobilizados, a Sabesp pode querer tirar direitos históricos dos trabalhadores e continuar a demitir os trabalhadores através dos 2%.
Continuar mobilizados para avançar nas conquistas
Na proposta (veja a íntegra abaixo), são criadas várias comissões que temos que acompanhar de perto e ficarmos em estado de alerta, pois não aceitaremos retirada de direitos.
Na comissão de estudos do adicional para dirigir veículos, temos que exigir o pagamento do credenciamento à todos os trabalhadores que dirigem veículos da companhia para exercer suas atividades.
Nas comissão sobre escala de revezamento não podemos admitir que trabalhadores sejam retirados unilateralmente da escala, bem como a comissão sobre a lavagem e desinfecção de uniformes não pode ser uma forma de retirar a insalubridade dos trabalhadores expostos a agentes físicos, químicos e biológicos.
Na comissão sobre o déficit atuarial da Sabesprev exigiremos que a empresa pague a conta, pois há indícios que não houve a totalidade do pagamento do serviço passado.
Queremos um plano de cargos e salários construído pelos trabalhadores, que garanta nossas reivindicações e que elimine o salário regional em todo o estado.
A proposta da empresa
Reajuste salarial de 6,39%
Aumento real de 1,51%, totalizando 8%, sem a necessidade de abrirmos mão da ação sobre o dissídio anterior (1,5%)
Cesta básica: de R$ 144,65 para R$ 160,00 (reajuste de 10,61%)
Vale refeição: de R$ 18,17 para R$ 20,00 (reajuste de 10,07%)
Auxilio creche: de R$ 192,61 para R$ 211,88 (reajuste de 10%)
Adicional para dirigir veículos: de R$ 11,46 para R$ 12,20 (reajuste de 6,39%) e comissão para adequação dos trabalhadores credenciados que não recebem
Gratificação de férias: de R$ 1002,65 para R$ 1153,05 (reajuste de 15%)
Licença maternidade: de 120 para 180 dias
Escala de revezamento: Criar comissão para discussão do item
PLR: Pagamento conforme decreto do governo
Garantia no emprego de 98%
Lavagem e desinfecção de uniformes: Criar comissão para implementação do item
Garantia de emprego pré aposentadoria: de 12 para 18 meses
Atestado médico para acompanhantes: Abono de 1 dia por semestre para pais acompanharem filhos na idade máxima de 15 anos, 11 meses e 29 dias.
Plano de cargos e salários: Constituir comissão, em até 90 dias, para discutir a revisão dos critérios política de regionalização dos salários e implantação do plano de carreira.
Plano previdenciário Sabesprev: Criar comissão, em até 90 dias, para discussão do déficit atuarial.
A luta continua
Esse avanço só foi possível porque os trabalhadores acreditaram na sua organização e luta. Pela direção da empresa e pela direção majoritária do Sintaema (CTB) não conquistaríamos nada, pois eles não queriam a nossa grandiosa greve.
Só com muita luta é que conquistaremos mais.
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